Feira Livre (e seus pastéis)

Feira Livre. Acho que é um acontecimento dos mais antigos que há na humanidade.
Mas prefiro tratar não como um fato hitórico.
Falar em feira livre me lembra a infância. Era um acontecimento.
E dentre todos os dias a de domingo era especial. Não me pergunte o porquê. Inclusive é a que fotografei e será sobre ela que falarei.
Fica na Vila Alpina, na rua Dr. Vicente Giacagline (mapa), desde seu iníco até o cruzamento com a rua Orlando.
Muito embora as feiras livres em São Paulo são muito semelhantes. Seja a que acontece a algumas quadras do imponente Shopping Ibirapuera, seja a da mais distante e simples periferia.
Mas vamos ao que interessa: a FEIRA!!!!!!!!!!!
Um show de cores aromas e sabores.
O mesmo “acontecimento social” dos meus tempos de garoto.
Os feirantes “chamando” seus fregueses:
-Vem que tá barato
-Moça bonita não paga… (essa é velha)
-É o “bacião”
-Pode levar, patrão, que é de primeira
-Tá fresquinha, dona Maria
E por aí afora. Frases criativas, outras nem tanto. Com pitadas de humor, muitas vezes.
Resiste a ganância (ira?) dos hipermercados. Afinal nela você compra frutas, verduras, legumes e peixes realmente frescos.
Temperos moidos na hora, o que garante as qualidades deles. Quem cozinha sabe do que eu falo.
Utilidades domésticas. De um simples prendedor de roupa a panelas e o próprio carrinho de feira.
E outras coisas não tão convencionais, como “bolsinha” pra levar o celular, CDs, DVDs, pequenos equipamentos eletrônicos como carregadores de celular, joguinhos eletrônicos (by Paraguay).
Sacolas também estão a venda.
Um comércio popular que agrada a todos. Sem dúvida.
Afinal, com pouco dinheiro pode-se comprar muito. Quanto menor o que se dispõe a gastar, mais tarde se vai à feira.
Além, é claro, do que acho ser o ponto mais forte na feira: a amizade que se instala. A proximidade do feirante e da população. Uma identidade muito forte.
São pessoas simples negociando com pessoas simples.
Trocas de cordialidade e confiança.
Naquele hipermercado azul não tem caderneta (só cartão se for aprovado no ritual), é difícil falar com o gerente e quando fala ele não ouve, as pessoas não se comprimentam e todos os corredores são tão frios como o de congelados.
Eles até tentaram imitar o elemento símbolo da feira:
O PASTEL DE FEIRA!!!!!

Não dá para comprar pastel de feira em outro lugar, pois não será da feira! Simples assim!
Só os que já foram agraciados com essa maravilha da culinária paulistana* entendem.
E, é claro, seu parceiro inseparável: o caldo de cana (ou garapa).
Depois das compras, sentar ao redor da barraca do pastel, comer um belo pastel (de todos sabores), um belo copo de caldo de cana e já estamos prontos para o “segundo tempo”.
Ou simplesmente sentar com os amigos ao redor da barraca. Como falei no início é um acontecimento social.
Se você não conhece, venha na primeira oportunidade. Existem feiras em absolutamente todos os bairros da região metropolitana de São Paulo (não apenas na cidade de São Paulo).
Atente para a limpeza. Não esqueça que a feira em questão acontece na rua e não há lixo pelo chão. As fotos foram tiradas entre 8:30 e 12:00.
Quer ver mais fotos? Visite: antonioguilherme/fotos
* Me refiro como culinária paulistana ao PASTEL DE FEIRA. Não ao pastel (forma geral).

8 comentários em “Feira Livre (e seus pastéis)”

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