Preparando o solo

Logo após a colheita, a parreira começa a concentrar suas energias na produção dos fruto da próxima safra.
Então cuide dos seguintes itens:
-Água (nem demais, nem seco);
-Adubação
divido em duas partes: -adubo natural (esterco, compostagem)
-adubo sintético (NPK).
Lembrando que as raízes têm aproximadamente a mesma disposição e tamanho dos galhos. Trate do solo à uma razoável distância. Nem grudado ao tronco, nem tão longe que não haja raízes.
Não existe uma regra exata, mas tenho parreiras com mais de 20 anos e já encontrei raízes grossas (5mm) a mais de 4 metros do tronco. Nesse caso específico, aí está o lugar ideal para cuidar do solo.
Aerar, adubar e irrigar!
Aerar para facilitar a dispersão dos nutrientes e o desenvolvimento das raízes (cuidado com elas)
Adubar: se usar esterco, compostagem ou a combinação dos dois, ótimo!
Se usar fertilizantes, sem problemas.
Se fizer um “mix” de compostagem com uréia, terá um bom resultado. Lembrando que isso tudo depende de IRRIGAÇÃO!
Ao usar fertilizantes sintéticos (NPK,…), tome cuidado para não queimar as raízes.
Mudas recem-plantadas não devem nem chegar perto deles. Ou os utilize uns 15 dias antes (mínimo. Dependendo da quantidade, mais dias), ou alguns meses depois. Sempre com bastante água.
Algumas raízes são profundas. Elas irão pegar os nutrientes lá (aprofundam em busca de água).

Comprando mudas

Se você não acerta um enxerto (ou não tem como fazê-lo), pode comprar mudas.
Mas como saber qual muda é a melhor?
Como saber se vai dar uva?
Como saber se não vai morrer no ano seguinte?
Respostas a estas perguntas, só com a Mãe Diná. Mas nem tudo está perdido!
A partir da segunda quinzena de agosto até o final do ano é uma boa época para comprar mudas.
Nesta época elas deveriam ter brotado. Se não brotaram… pode ser um indício que aquela muda não foi bem enxertada.
Tem brotos? Escolha as que já apresentam algum cacho.

Os cachos estão nos círculos pretos

Tem brotos grandes (mais de 20cm) e não tem cachos? Deixe como segunda opção. Veja outra muda.
Procure mudas jovens (veja pela quantidade de podas).
A muda tem muitos brotos? Sem problemas! Preserve os da ponta (no máximo três) e quebre os demais.

Mantenha os dos círculos azuis. Quebre os dos círculos amarelos.

(isso aplica-se aos pés que já estão plantados e neste ano nasceram assim)
Seguindo essas regrinhas básicas, pode ser que você acerte.
De três que comprei no ano passado, uma morreu e outra não nasceram cachos. Só uma já está com cachos.
Portanto: não há fórmula mágica!

Poda 2012

Neste ano podei na lua crescente, em julho. No ano passado elas produziram 60 litros de vinho, feito em colheita tardia e com os pássaros comendo mais de 100 cachos (contados).
Esta foto mostra bem o que digo quando me refiro a deixar três gemas a partir da poda anterior.

Os brotos já estão completos. Os cachos de uva já existem (se não houver, não vão surgir depois). Podem ser vistos logo que nascem. Segue uma imagem deles (tendo uma melhor, coloco).
Dá para ver o cacho ao lado da terceira folha.

Abaixo vai uma foto da primeira poda de um enxerto novo. Ele já estava brotando, então apenas cortei a “ponta” do enxerto para marcar pro ano que vem. Se surgirem mais de três brotos, vou preservar os mais fortes e/ou que tenham cachos. No ano passado acabei deixando 4, pois todos tinham cachos.

Podando as parreiras

Agosto é um mês decisivo para a poda das parreiras. Aproveitando que estamos na lua minguante, fiz a poda.
Escolhi essa lua, não sem razão. Na lua minguante a influência maior está nas raízes, tanto que não pingou seiva no corte. Coisa que acontece em outras luas com maior ou menor intensidade (isso fica para outro post).
Qual galho cortar e aonde:
Procure a poda anterior no galho. Veja o galho que nasceu nessa poda, conte 3 ou 4 gemas germinativas e corte! Algumas pessoas (meu pai) gosta de deixar 3 gemas, a EMBRAPA orienta para 4. Não vejo muita diferença entre 3 ou 4.

Depois verifique se do tronco principal até a poda anterior não tem nenhum galho que tenha brotado (sem poda). Encontando, corte-o rente. Ele é conhecido como “ladrão”. Roubará a seiva para se desenvolver, deixando muito pouco  para sua poda e não dará uvas. Em alguns casos enfraquece a parreira consideravelmente.
Agora é arrumar os arames com todo cuidado, amarrar (se necessário) os galhos e aguardar o surgimento dos brotos.
Aproveite também para cuidar do tronco da parreira, limpando fungos, musgo e outros.
Dúvidas ou caso queira complementar meu post, fique a vontade para comentar.